De Bruno Paes Manso e Marcelo Godoy, Agência Estado em Diárido da Manhã. Enviado em 27/09/2012 às 10h32.
O tenente-coronel Nivaldo César Restivo é o novo comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). Ele substitui Salvador Modesto Madia, no cargo havia 10 meses. A mudança acontece menos de 1 mês depois da morte, pela Rota, de nove acusados de pertencer ao Primeiro Comando da Capital (PCC), em Várzea Paulista, no dia 11. O secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, nega a ligação entre os fatos e diz tratar-se de 'ação de rotina'. Outros 76 tenentes-coronéis trocaram de função na Polícia Militar.
Também na quarta-feira (26), um dia após a divulgação dos índices de criminalidade, que apontam crescimento nos homicídios tanto no Estado quanto na capital, Ferreira Pinto anunciou uma megaoperação policial, com 25 mil homens a mais nas ruas do Estado nesta quinta-feira.
Nivaldo, como é conhecido, é homem de confiança de Ferreira Pinto. Ele substitui Madia, considerado a mais polêmica nomeação do secretário desde que assumiu a pasta, em 2009 - mais até do que Paulo Adriano Telhada, que tem 35 mortes na ficha. Isso porque pela primeira vez um réu no processo do massacre de 111 presos do pavilhão 9 da Casa de Detenção, ocorrido em 1992, assumia o comando da Rota. E Madia não era um réu qualquer: fazia parte do pequeno grupo acusado por 73 das 111 mortes no presídio.
Sob seu comando, a Rota prosseguiu como um dos principais instrumentos de combate ao crime organizado no Estado, como já ocorria desde 2009. Mas foi também nesse período que, pela primeira vez na história, uma equipe da Rota foi presa em flagrante sob acusação de executar um preso durante uma ocorrência policial. 'Sempre atuei dentro da legalidade', afirmou Madia no dia da prisão.
O governo decidiu transferi-lo para o 4.º Batalhão de Choque - responsável por outras unidades de elite da PM, como o Comando de Operações Especiais (COE) e o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).
Alguns oficiais disseram que a mudança já pode fazer parte de um plano do atual Comando-Geral de valorizar os cargos operacionais, que administram as tropas nas ruas. Três vezes por ano, por promoções, a PM sofre grandes alterações no comando. Coronéis ouvidos pelo Estado disseram que grande parte dessa movimentação é normal. 'O que pode não ser normal é a mudança na Rota', disse um deles. 'Ele vai comandar uma tropa prestigiada', rebateu Ferreira Pinto. O secretário negou problemas internos.
Na rua
A megaoperação anunciada na quarta-feira (26) por Ferreira Pinto - que deve ser a maior de combate à criminalidade feita no Estado durante o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) - vai colocar 8 mil homens a mais nas ruas só da capital. 'Até o pessoal que trabalha comigo no gabinete vai participar da operação', disse. O mesmo deve acontecer com os homens da Casa Militar e das assessorias militares de tribunais e da Assembleia, além do pessoal que trabalha nas diretorias administrativas. Quatro helicópteros estarão no ar. 'Vamos fazer essas operações sempre que possível.'
O secretário ressaltou que a operação estava sendo planejada havia 15 dias e negou qualquer relação com a divulgação de dados sobre a violência no Estado - os índices apontam crescimento de 15,2% dos homicídios na capital e de 6,3% no Estado nos oito primeiros meses do ano, em comparação com o mesmo período de 2011. A ação da Polícia Militar deve ir das 14 horas à meia-noite. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário