SÃO PAULO, SP, 11 de agosto (Folhapress) - O Comando da Polícia Militar transferiu para outras unidades oito oficiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) envolvidos em ocorrências de supostas resistências seguidas de morte e em prisões e homicídios de integrantes do crime organizado.
As mudanças foram publicadas na edição do último dia 1º de novembro no Diário Oficial do Estado.
O ex-comandante da Rota e vereador Coronel Telhada (PSDB) era chefe dos oficiais no período em que chefiou o tropa de elite da PM. Ele criticou as transferências em sua página no facebook.
"São homens valorosos e corajosos e que estão recebendo como pagamento pela sua lealdade e abnegação uma transferência indesejável e desleal".
Em outro trecho, Telhada faz outra crítica:
"Sabemos que isso é para inibir a tropa de Rota de trabalhar, uma tropa que já está amarrada e desanimada há muito tempo e agora recebe esse tratamento desleal".
O capitão Dimas Mecca é um dos transferidos e responde a processos por homicídios.
Segundo o Ministério Público Estadual, ele é acusado de participar do assassinato por emboscada de 12 integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) em março de 2003 na rodovia Senador José Ermírio de Moraes, em Sorocaba (99 km de SP). O episódio ficou conhecido como "Operação Castelinho".
O oficial também se envolveu na ocorrência de suposto tiroteio que deixou seis assaltantes mortos no supermercado Comprebem, em Parada de Taipas (zona norte de SP), em agosto de 2011.
Mesmo preso no Presídio Militar Romão Gomes, o tenente da Rota Théo Santos de Souza, 34 anos, acusado de matar um assaltante no Guarujá (86 km de SP) e simular um confronto, no dia 7 do mês passado, também foi transferido.
O tenente Douglas Takahashi, outro removido, é acusado de matar em tiroteio o assaltante Fábio Fernandes da Silva, o Vampirinho, um dos maiores ladrões de carga e joalheria de São Paulo.
Vampirinho era ligado ao PCC e morreu após uma abordagem na Vila Matilde (zona leste de SP), em maio de 2010. Uma testemunha que estava com o assaltante disse à polícia que ele foi baleado quando estava com as mãos para o alto.
Por causa das mortes de alguns de seus integrantes em supostos confronto com homens da Rota, no ano passado, o PCC passou a cometer atentados em São Paulo. Foram mortos em 2012 ao menos 107 PMs.
Outro lado
A Polícia Militar informou que todos os policiais militares mencionados foram transferidos do 1º BPChq para unidades diversas, conforme publicação inserta no Diário Oficial do Estado do dia 01 de novembro, na página 26.
Segundo a corporação, as transferências por conveniência do serviço são comuns na Polícia Militar, devendo ser compreendidas como atos de gestão e não como supostos "castigos".
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