segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

“Um dos maiores defensores dos direitos humanos é o policial militar”, diz coronel Telhada sobre comissão

Vereador defende comissão única de segurança, mas critica preconceito contra policiais

De Ana Ignacio, do R7.

Um dos vereadores mais votados de São Paulo, Paulo Adriano Telhada (PSDB), conhecido como coronel Telhada, ex-comandante da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), declarou nesta terça-feira (5) que apoia a criação de uma comissão específica para tratar da segurança pública na capital paulista.

A informação de que o vereador poderia integrar a comissão de Direitos Humanos gerou discórdia por conta de algumas atitudes do coronel. Em 2012, por exemplo, o Ministério Público moveu uma ação contra Telhada que ordenava que ele retirasse frases que incitavam a violência de sua página no Facebook. No entanto, o Coronel deixou claro que também poderia integrar um grupo de debate de direitos humanos.

— Eu não entendo até hoje porque não tem uma comissão de segurança pública na casa. É um assunto muito forte. [Caso haja separação], se eu tiver que ser designado para uma, com certeza tem que ser a de segurança porque é o que mais conheço. Mas iria para as duas com o maior prazer porque entendo o seguinte: um dos maiores defensores dos direitos humanos é o policial militar.

Nesta tarde, durante a abertura dos trabalhos legislativos na Câmara, Floriano Pesaro, líder do PSDB, informou que foi apresentada uma proposta de desmembramento da Comissão Extraordinária de Direitos Humanos, Cidadania, Segurança Pública e Relações Internacionais.

— Propomos uma coisa mais sofisticada e inteligente que é dividir a comissão e criar uma específica para discutir segurança urbana [...], concentrar nessa comissão aqueles que mais entendem do assunto, e teremos a formação da comissão de direitos humanos com aqueles que militam em direitos humanos.

Para Telhada, o possível desmembramento da comissão não deve ser baseado no fato de militares serem cogitados para integrar o grupo.

— Se eu não posso fazer parte dessa comissão [de Direitos Humanos], acho que alguma coisa está errada. Pessoas que acham que um policial militar eleito com 90 mil votos, que luta pela sociedade não pode pertencer à Comissão de Direitos Humanos, essa pessoa só pode defender os direitos dos bandidos. Policial miliar sai de casa todo dia para morrer por alguém que não conhece. Quer maior luta pelos direitos humanos do que essa?

O presidente da Câmara, vereador José Américo (PT), confirmou que a proposta de separação das comissões foi feita à casa.

— Já levei para alguns partidos, entre os quais o PT, que concordou com a proposta. Vamos, hoje, na reunião de líderes, fazer uma consulta definitiva já que os dois principais partidos concordaram com a proposta do Floriano.

No entanto, o desmembramento das comissões não é unanimidade entre os vereadores. Ari Friedenbach (PPS), se envolveu com questões ligadas à segurança em 2003, após a filha, Liana Friedenbach, e o namorado, Felipe Caffé, terem sido sequestrados e assassinados em Embu Guaçu.

— Sou radicalmente contrário ao desmembramento dessa comissão. É esvaziar uma e fortificar outra quando são assuntos que tem que ser tratados em conjunto. A participação de militares nessa comissão de Segurança e Direitos Humanos é fundamental. São especialistas que tem muito a contribuir, mas não devem tomar conta do debate.
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